Dentro de pouco te
esquecerás de tudo;
dentro de pouco todos te esquecerão.
(Marco Aurélio,
Pensamentos,
(Livro VII – 21, p. 83),
Biblioteca Básica Verbo
– Livros RTP, nº
36.
Armistício da 1ª Guerra Mundial (194-1918) para cessar as hostilidades na frente ocidental entre os Aliados e a Alemanha.
Portugal,
que já estava em guerra a defender as Colónias desde o início da guerra, enviou
tropas para a Flandres a partir de Fevereiro de 1917.
Foi
dolorosa a intervenção de Portugal, agravada com a subida ao poder através de
um golpe revolucionário de Dezembro’1917 de Sidónio Pais, um germanófilo que
abandonou os nossos soldados, com graves reflexos na Batalha de La Lys
….
MONÁRQUICO OFERECE A PRIMEIRA BANDEIRA PARA HONRAR OS MORTOS
Parece
estranho ou nem tanto, que tenha sido um monárquico a oferecer a primeira
bandeira de Portugal a cobrir os copos dos nossos mortos em combate em França,
durante a Primeira Guerra.
Ouçamos
o capelão militar, P.e Avelino
Figueiredo
«Os
primeiros mortos na guerra em terras de França
assistidos por sacerdotes portugueses,
ao serem
enterrados, tiveram a cobri-los uma bandeira inglesa”
Para que os militares fossem enterrados com a dignidade que
lhes era devida, os capelães militares organizaram-se de modo a conseguir obter bandeiras da
Pátria.
Assim, o P.e José Ferreira de Lacerda bateu “à porta da Embaixada
de Portugal [em França] a pedir uma bandeira, por mais velha que fosse”… “Não
havia”, respondeu o embaixador João Chagas.
Então, “Recorremos depois ao sr. Conde Sucena” que vivia próximo da Embaixada, a quem o peso
do argumento: “os soldados na morte eram ingleses e, depois sem Pátria” deve ter
sensibilizado do conde.
– “Amanhã terá no seu hotel o que pede, pois
hoje – era domingo – estão fechados os estabelecimentos".
Uma surpresa, tanto mais que o conde era um dos poucos monárquicos
que abriu os cordões à sua avultada bolsa para apoiar a restauração do regime monárquico derrubado
no 5 de Outubro. Sem sucesso.
A Bandeira da República Portuguesa oferecida pelo Conde
Sucena (de Águeda) foi “a primeira
bandeira de Portugal a cobrir os cadáveres dos soldados portugueses no C. E.
P.”, conforme Padre José Ferreira de Lacerda,
capelão militar.
Um gesto a merecer
reflexão.
Citação e informação recolhida de Tomé Vieira, “A Corja” e “Os
Fantoches”. Fernando Pereira – Editor, Lisboa. 1980.
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