domingo, 11 de novembro de 2012

1918 – 11 de Novembro. Armistício entre os Aliados e a Alemanha. Monárquico oferece a 1ª Bandeira para cobrir os soldados mortos.


Dentro de pouco te esquecerás de tudo; 
dentro de pouco todos te esquecerão. 
(Marco Aurélio, Pensamentos, 
(Livro VII – 21, p. 83), 
Biblioteca Básica Verbo 
– Livros RTP, nº 36.

Armistício da 1ª Guerra Mundial (194-1918) para cessar as hostilidades na frente ocidental entre os Aliados  e a Alemanha.
Portugal, que já estava em guerra a defender as Colónias desde o início da guerra, enviou tropas para a Flandres a partir de Fevereiro de 1917.  

Foi dolorosa a intervenção de Portugal, agravada com a subida ao poder através de um golpe revolucionário de Dezembro’1917 de Sidónio Pais, um germanófilo que abandonou os nossos soldados, com graves reflexos na Batalha de La Lys
….  
MONÁRQUICO OFERECE A PRIMEIRA BANDEIRA PARA HONRAR OS MORTOS
Parece estranho ou nem tanto, que tenha sido um monárquico a oferecer a primeira bandeira de Portugal a cobrir os copos dos nossos mortos em combate em França, durante a Primeira Guerra.  
Ouçamos o capelão militar, P.e Avelino Figueiredo

«Os primeiros mortos na guerra em terras de França  assistidos por sacerdotes portugueses,
ao serem enterrados, tiveram a cobri-los uma bandeira inglesa”

Para que os militares fossem enterrados com a dignidade que lhes era devida, os capelães militares organizaram-se  de modo a conseguir obter bandeiras da Pátria.

Assim, o P.e José Ferreira de Lacerda bateu “à porta da Embaixada de Portugal [em França] a pedir uma bandeira, por mais velha que fosse”… “Não havia”, respondeu o embaixador João Chagas.

Então, “Recorremos depois ao sr. Conde Sucena”  que vivia próximo da Embaixada, a quem o peso do argumento: “os soldados na morte eram ingleses e, depois sem Pátria” deve ter sensibilizado do conde.

 –  “Amanhã terá no seu hotel o que pede, pois hoje – era domingo – estão fechados os estabelecimentos".

Uma surpresa, tanto mais que o conde era um dos poucos monárquicos que abriu os cordões à sua avultada bolsa para apoiar  a restauração do regime monárquico derrubado no 5 de Outubro. Sem sucesso.

A Bandeira da República Portuguesa oferecida pelo Conde Sucena (de Águeda)  foi “a primeira bandeira de Portugal a cobrir os cadáveres dos soldados portugueses no C. E. P.”, conforme Padre José Ferreira de Lacerda, capelão militar.
Um gesto a  merecer reflexão.

Citação e informação recolhida de Tomé Vieira, “A Corja” e “Os Fantoches”. Fernando Pereira – Editor, Lisboa. 1980. 

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