sábado, 28 de abril de 2012

"1921 - Estão-se multiplicando os fenómenos de ordem política e social que hão-de conduzir Portugal a um destino glorioso"



«António José de Almeida, único presidente da I República Portuguesa que cumpriu integralmente o mandato de quatro anos para que fora investido, profere, a 12 de Abril de 1921, num banquete de gala em honra de missões estrangeiras que vieram a Portugal, o seguinte discurso: «Portugal é um velho país, que deseja continuar as tradições dos seus maiores, e, assim como as modernas investigações historiográficas estão revelando novos e importantes aspectos da nossa antiga epopeia de descobridores e conquistadores - o que nos engrandece ainda mais no conceito do mundo – assim também os observadores atentos podem notar que, actualmente, entre nós, se estão multiplicando os fenómenos de ordem política e social que hão-de conduzir este povo a um destino glorioso, que será, historicamente, a continuação do destino de outrora.»
Fonte: Diário de Lisboa n.º 6, de 13-04-1921, 1º ano de publicação, p. 
seguindo Leme efemérides

quinta-feira, 26 de abril de 2012

GUERNICA Republicana - Bombardeada há 75 anos. Quadro de Picasso imortaliza o massacre.


Reportaje sobre el aniversario del Guernica en 'Hoy por Hoy'(26/04/2012)

HOY 26 de abril se cumplen 75 años del bombardeo de Guernica durante la Guerra Civil. En unos días también será el aniversario del Guernica de Picasso, inspirado en el horror de aquel día, de aquella guerra y de todas las contiendas en general. Tanto el cuadro como Guernica se han convertido en la mejor manera de no olvidar. Hoy unimos Madrid, donde está el cuadro, con esta ciudad donde sucedió la tragedia.  Lo hacemos con la ayuda de Laura Piñero y Josu Segovia CADENA SER - 26-04-2012


A propósito do quadro, conta-se uma versão, quando
"Picasso passava no controlo policial do aeroporto com o seu quadro “Guernica”. O polícia, apontando para a pintura, perguntou-lhe:
- Foi você que fez isto?
Picasso responde:
- Não, foram vocês!" copiado daqui

CRAVO VERMELHO ao peito a muitos fica bem…

... ainda se fosse o pastel de nata em vez do cravo, pelo menos teria havido alguma coerência

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Abril não desarma - Manifesto da Associação 25 de Abril (exc.)

com a devida vénia da



ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL
Pessoa colectiva de utilidade pública (Declaração n.º 104/2002, DR - II Série, n.º 91 de 18 de Abril)
 • Membro honorário da Ordem da Liberdade




Abril não desarma
(…)
Porque consideramos que:
 O contrato social estabelecido na Constituição da República Portuguesa foi rompido pelo poder. As medidas e sacrifícios impostos aos cidadãos portugueses ultrapassaram os limites do suportável. Condições inaceitáveis de segurança e bem-estar social atingem a dignidade da pessoa humana.
(…)

Neste momento difícil para Portugal, queremos, pois:
1.     Reafirmar a nossa convicção quanto à vitória futura, mesmo que sofrida, dos valores de Abril no quadro de uma alternativa política, económica, social e cultural que corresponda aos anseios profundos do Povo português e à consolidação e perenidade da Pátria portuguesa.

2. Apelar ao Povo português e a todas as suas expressões organizadas para que se mobilizem e ajam, em unidade patriótica, para salvar Portugal, a liberdade, a democracia.
Viva Portugal!
Lisboa, 23 de Abril de 2012
 _____________
*Rua da Misericórdia, 95
 1200-271 LISBOA
Tel. 213 241 420
 Fax 213 241 429  

www.guerracolonial.org
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Miguel de Sacadura Cabral Portas
(1 de Maio de 1958 – 24 de Abril de 2012)


terça-feira, 24 de abril de 2012

Passos Coelho - mais um tropeção na língua



"Estou habituado a que ao longo dos anos algumas figuras políticas queiram assumir protagonismo em datas especiais.(...)" (Passos Coelho)

O cartoonista António ofereceu-nos a face mais forte e persistente de Passos Coelho… quando usa a palavra, lá vem o tropeção da língua.  
 – Com que então Mário Soares é mais um que anda à procura de protagonismo?

Por acaso teria sido uma ideia soprada ao ouvido por algum assessor de “metáforas”?

Porque não se cala, como faz (ou fez) o seu Presidente Cavaco quando é confrontado por alguma pergunta incómoda?


O 25 de Abril’2012 vai ter uma vantagem na economia dos gastos… A direita   submissa das troikas dos órios deverá seguir o exemplo do Presidente Cavaco vai poupar uns cobres na compra de cravos.
...


quinta-feira, 12 de abril de 2012

POEMA PARA GALILEO


Poema para Galileo
Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.

Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!

Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.

Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar- que disparate, Galileo!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação-
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.

Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.

Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.

Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e descrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.

Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.
António Gedeão

GALILEU GALILEI (herege) - Santa Inquisição inicia julgamento


Galileu Galilei (1564 – 1642)  perante os dados recolhidos das observações de astronomia defendeu em livro a teoria heliocêntrica de  Nicolau Copérnico, contrariando o ditame da Igreja de Roma que considerava heresia quem não aceitasse que a Terra era o centro do mundo, todos os astros giravam à volta dela.
 A publicação em 1632 de «Diálogos sobre os Dois Grandes Sistemas do Mundo», logo condenada pela Igreja, valeu a Galileu Galilei ser preso em 1633, pela Santa Inquisição.


 Para escapar à morte, o “Pai da Ciência” renegou perante o “Tribunal Inquisitorial”, em voz alta, a realidade dos factos observados, com o depoimento que parcialmente se transcreve:
“Eu, Galileu, filho do falecido Vincenzo Galilei, florentino, de setenta anos de idade, intimado pessoalmente à presença deste tribunal e ajoelhado diante de vós, Eminentíssimos e Reverendíssimos Senhores Cardeais Inquisidores-Gerais contra a gravidade herética em toda a comunidade cristã, tendo diante dos olhos e tocando com as mãos os Santos Evangelhos, juro que sempre acreditei que acredito, e, mercê de Deus, acreditarei no futuro, em tudo quanto é defendido, pregado e ensinado pela Santa Igreja Católica e Apostólica. Mas, considerando que (...) escrevi e imprimi um livro no qual discuto a nova doutrina (o heliocentrismo) já condenada e aduzo argumentos de grande força em seu favor, sem apresentar nenhuma solução para eles, fui pelo Santo Oficio acusado de veementemente suspeito de heresia, isto é, de haver sustentado e acreditado que o Sol está no centro do mundo e imóvel, e que a Terra não está no centro, mas se move; desejando eliminar do espírito de Vossas Eminências e de todos os cristãos fiéis essa veemente suspeita concebida mui justamente contra mim, com sinceridade e fé verdadeira, abjuro, amaldiçoo e detesto os citados erros e heresias, e em geral qualquer outro erro, heresia e seita contrários à Santa Igreja, e juro que no futuro nunca mais direi nem afirmarei, verbalmente nem por escrito, nada que proporcione motivo para tal suspeita a meu respeito."