sexta-feira, 30 de março de 2012

1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul, 1922. 90.º Aniversário. Glória a Portugal! (Alma Popular)



30 Março’1922 – Sacadura Cabral e Gago Coutinho iniciam em Belém a 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul com destino ao Brasil, pela ocasião das comemorações do Centenário da Independência do Brasil. Os novos heróis chegaram ao Rio de Janeiro a 17 de Junho. E a glorificações sucederam-se.  

Gago Coutinho utilizou o seu sextante adaptado à  navegação aérea, aparelho que foi adotado na aviação.
O foram glorificados de lés a lés de Portugal.
O feito mereceu um destaque especial no «Alma Popular», convertido em apelo à união da família republicana de então: 



“Glória a Portugal!
Ei-los, finalmente vitoriosos! Gago Coutinho e Sacadura Cabral, os distintos oficiais da Marinha de Guerra Portuguesa, «por ares nunca dantes navegados», completaram a sua arrojada, scientifica e patriótica. A travessia do Atlântico é a maior distância que, até hoje, nas frágeis asas dum hidro-avião, se tem percorrido sobre o Oceano, atravessando o Atlântico, o que constitui, em aeronáutica, um incontestável e brilhante triunfo, aliado á gloriosa descoberta do caminho que, pelo ar, conduz ao Brazil. Neste momento, a República irmã cobre de aclamações e flores os dois sábios e heróis. O mundo culto rende-lhes homenagem, contempla e admira a Coragem lusitana.  Em cada peito português, o coração vibra de entusiasmo inexcedivel  pelo feito glorioso dos ilustres descobridores. Na frase do Poeta, há mais um dia em flor, cantando e resando na grande história de Portugal. Glória de Heróis! Como portugueses, orgulhamo-nos com esse acto de epopêa; como republicanos e patriotas, rejubilamos com o brilhante empreendimento dos dois ilustres servidores do regímen que, junto ao sol, quiseram desfraldar a bandeira verde-rubra para que todo o mundo bem visse o símbolo da Republica Portuguesa.
Sacadura Cabral e Gago Coutinho, ao agradecerem as saudações do venerando Chefe de estado, formularam os seus votos para que terminassem as dissensões politicas e todos se unissem em volta do sr. Presidente da República [António José de Almeida], a fim de se erguer o país no conceito mundial. Assim seja! Assim seja!
Deste ridente cantinho da Bairrada, ora engrinaldado com os tenros pâmpanos dos seus extensos vinhedos, a ALMA POPULAR, associando-se ás manifestações de homenagem aos dois eminentes portugueses, saúda-vos efusiva e enternecidamente.
Vivam os intrépidos aviadores! Viva Portugal! Viva a República!”
Alma Popular (Oliveira do Bairro), nº 96, 17 junho, 1922  p.1

terça-feira, 27 de março de 2012

50º DIA MUNDIAL DO TEATRO... com GARROTE NO TEATRO PORTUGUÊS?


50º DIA MUNDIAL DO TEATRO
 Escreveu Albino Forjaz de Sampaio, «Sentimos o teatro grego como se fôra de ontem e o seu drama ainda tem pujança suficiente para nos arrastar e comover» (1)
  «Foram os gregos os maiores, os mais alevantados cultores de arte de todos os tempos. Criaram uma literatura teatral que em brilho cegou todas as outras, criaram o próprio teatro, trasladando a êle as representações que nos templos eram incenso dos deuses e aliciação dos fiéis». (1)

Da mensagem de JOHN MALKOVICH pelo Dia Mundial do Teatro’2012 dedicada aos seus  companheiros de teatro, seus pares e seus camaradas,retirado:
...
Que o vosso trabalho seja convincente e genuíno. Que seja profundo, tocante, comunicativo e incomparável. Que nos ajude a refletir sobre a questão do que significa ser humano e que essa reflexão seja conduzida pelo coração, pela sinceridade e pela bondade. Que superem a adversidade, a censura e a escassez algo que, na verdade, muitos de vocês são forçados a confrontar. Que sejam abençoados com talento e rigor necessários para ensinarem, em toda a sua complexidade, as causas pelas quais deve bater o coração Humano, tendo em conta a humildade e a curiosidade para fazer dessa tarefa a obra da vossa vida. E que seja o vosso melhor – porque o melhor que derem, mesmo assim, só acontecerá nos momentos únicos e efémeros – Em consonância com a pergunta mais elementar de todas:
“Porque vivemos?”
Merda!!!

John Malkovich
Tradução – Rafael Amaral Vergamota
Presidente da Federação Portuguesa de Teatro (adaptado)"

 O Estado «austero» por moto-próprio ou por imposição externa continua a desconsiderar o Teatro como instituição necessária ao desenvolvimento cultural.
Conforme Sandy Gageiro:
Apesar da falta de dinheiro ser um problema há muito tempo neste meio, atualmente a situação é ainda mais preocupante.  aqui

Mesmo contra ventos e marés,
- Felizmente há luar, (2)
Afirma Pereira (3)
___________________________________________-
(1)  Albino Forjaz de Sampaio, Grilhetas (À margem de alheios livros – «Evolução do teatro», por Eduardo Noronha), 2ª Edição, Porto, MCMXIX
(2)  Luís de Sttau Monteiro, autor
de Antonio Tabucchi (1943 – 2012). Uma Evocação

domingo, 25 de março de 2012

Chico Anysio (1931 - 2012)


Chico Anysio *
12 abril’1931 – 23 março’2012


Ouçamos o imortal Chico Anysio em poema de  “Mundo Moderno”, de Sylvio Amarante,  também conhecido por “poema da letra M”  
 Mundo Moderno aqui 
dito por Chico Anysio

aqui derno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial.
Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.
Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, maratonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.
Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.


Para evocar o cearense  Chico Anysio escolhi o poema  "RESPOSTA DO JECA-TATU" de  Catulo da Paixão Cearense, dito por Rolando Boldrin.
Um poema que é uma réplica a uma provocação de Ruy Barbosa:  
“Começo do século vinte, Ruy Barbosa candidato à presidência da república e reconhecidamente um grande escritor nacional, em sua campanha atribui o atraso do Brasil aos lavradores brasileiros, verdadeiros jecas* (inspirando-se em Monteiro Lobato no conto do Jeca-Tatu),dizia que o lavrador brasileiro era um faminto, doente e preguiçoso.

Isso aborreceu profundamente o poeta (que nem precisou estudar para ser poeta, nasceu pronto!) Catulo da Paixão Cearense, que escreveu uma resposta em versos. " copiado de recicca 

Resposta Do Jeca Tatú aqui dito por Rolando Boldrin

Como diz o cabôco, diz qui, há muito tempo, um tal Senadô andô falano num jornal qualquer, qui o rocêro, o caipira, é... um priguiçôso, um indolente, um que só vive incostado... um punhado de coisas, enfim. O grande poeta Catullo da Paixão Cearense colocou, então, na boca de um desses brasileiros, lá do sertão, uma resposta... bem assim:
Seu dotô, venho dos brêdo,
Só pra mode arrespondê
Toda aquela fardunçage
Qui vancê foi inscrevê!
Num teje vancê jurgano
Qui eu sô argum cangussú!
Num sô não, Seu Conseiêro.
Sô norte, sô violêro
e vivo naquelas mata,
como veve um sanhaçu!
Vassucê já mi cunhece:
Eu sô o Jeca Tatu!
Cum tôda essa má piáge,
Vassucê, Seu Senadô,
Nunca, um dia, se alembrô,
Qui, lá naquelas parage,
A gente morre de fome
E de sêde, sin sinhô!
Vassuncê só abre o bico,
Pra cantá, como um cancão,
Quano qué fazê seu ninho,
Nos gáio duma inleição!
Vassuncê, qui sabe tudo,
É capaiz de arrespondê
Quando é que se ouve,
Nos mato,
O canto do zabelê?
Em qui hora é qui o macuco
Se põe-se mais a piá?
E quando é que a jacutinga
Tá mio de se caçá?
Quando o uru, entre as foiage,
Sabe mais asubiá?
Qualé, de todas as arve,
A mais derêita, inpinada?
A qui tem o pau mais duro,
E a casca mais incorada?
Hem?
Vancê nun sabe quá é
A madêra qui é mais boa,
Pra se fazê uma canôa!
Vancê, no meio das tropa,
Dos cavalo, Seu Dotô,
Oiano pros animá,
Sem vê um só se movê,
Num é capáiz de iscuiê
Um cavalo iquipadô!
Eu quiria vê vancê,
No meio de uma burrada,
Somente pur um isturro,
Dizê, em conta ajustada,
Quantos ano, quantas manha,
Quantos fio tem um burro!
Vancê só sabe de lêzes,
Qui si faiz cum as duas mão!
Mais, porém, nun sabe as lêzes
Da Natureza, e qui Deus
Fêiz pra nóis, cum o coração!
Vancê nun sabe cantá,
Mais mió qui um curió,
Gemeno à bêra da istrada!
Vancê nun sabe inscrevê,
Num papé, feito de terra,
Quano a tinta é o do suó,
E quano a pena é uma inxada!
Se vancê nun sabe disso,
Num pode me arrespondê:
Óia aqui, Seu Conseiêro:
Deus nun fêiz as mão do home,
Somente pra ele inscrevê
Vassuncê é um Senadô,
É um Conseiêro, é um Dotô,
É mais do qui um Imperadô,
É o mais grande cirdadão,
Mais, porém, eu lhi agaranto,
Qui nada disso siría,
Naquelas mata bravia,
Das terra do meu Sertão.
A miséria, Seu Dotô,
Tombém a gente consola.
O orgúio é qui mata a gente!
Vancê qué sê persidente?
Eu sô quero ser...
Rocêro e tocadô de viola!
Você tem todo dereito
De ganhá cem mil pru dia!
Pra mió podê falá.
Mais, porém, o qui nun pode
É a inguinorânça insurtá,
A gente, Seu Conseiêro,
Tá cansado de isperá!
Vancê diz que a gente
Véve cum a mão no quêxo,
Assentado, sem fazê causo das coisa
Qui vancê diz no Senado.
E vassuncê tem razão!
Si nóis tudo é anarfabeto,
Cumo é que a gente vai lê
Toda aquela falação?
Priguiçôso? Matracêro?
Não sinhô, Seu Conseiêro!
É pruquê vancê nun sabe
O qui seja um boiadêro
Criá cum tanto cuidado,
Cum amô e aligria,
Umas cabeça de gado...
E, dipôis, a impidimia
Carregá tudo, cos diabo,
In mêno de quato dia!...
É pruquê vancê nun sabe
O trabáio disgraçado
Qui um home tem, Seu Dotô,
Pra incoivará um roçado...
E quano o ôro do mío
Vai ficano inbunecado,
Pra gente, intoce, coiê,
O mío morre de sêde,
Pulo só isturricado,
Sequinho, como vancê!
É pruquê vancê nun sabe
O quanto é duro, um pai sofrê,
Veno seu fio crescendo,
Dizeno sempre:
Papai, vem mi insiná o ABC!
Si eu subesse, meu sinhô,
Inscrevê, lê e contá,
Intonce, sim, eu havéra
Di sabê como assuntá!
Tarvêis vancê nun dexasse
O sertanejo morrendo,
Mais pió qui um animá!
Pru módi a puliticaia,
Vancê qué qui um home saia
Do Sertão, pra vim... votá?...
In Juaquim, Pêdo, ou Francisco,
Quano vem a sê tudo iguá?...
Priguiçôso? Madracêro?
Não!.. Não sinhô, Seu Conseiêro!
Vancê nun sabe di nada!
Vancê nun sabe a corage
Qui é perciso um home tê,
Pra corrê nas vaquejada!
Vossa Incelênça nun sabe
O valô di um sertanejo,
Acerano uma queimada!
Vamicê tem um casarão!
Tem um jardim, tem uma cháca.
Tem um criado de casaca
E ganha, todos os dia,
Quer chova, quer faça só,
Só pra falá... cem mirré!
Eu trabáio o ano intero,
Somente quando Deus qué!
Eu vivo, no meu roçado,
Mi isfarfando, como um burro,
Pra sustentá oito fio,
Minha mãe, minha muié!
Eu drumo inriba de um côro,
Numa casa de sapé!
Vancê tem seu... ortromóvi!
Eu, pra vim no povoado,
Ando dez légua, de pé!
O sór, têve tão ardente,
Lá pras banda do sertão,
Qui, in meno de quinze dia,
Perdi toda a criação!
Na semana retrasada,
O vento tanto ventô,
Qui a paia, qui cobre a choça,
Foi pus mato... avuô!
Minha muié tá morrendo,
Só pru farta de mezinha!
E pru farta de um dotô!
Minha fia, qui é bunita,
Bunita, como uma frô,
Seu Dotô, nun sabe lê!
E o Juquinha, qui inda tá
Cherano mêmo a cuêro,
E já puntêia uma viola...
Si entrasse lá, pruma iscola,
Sabia mais que vancê!
Priguiçôso? He... Madracêro?
Não... Não sinhô, Seu Conseiêro!...
Vancê diga aus cumpanhêro,
Qui um cabra, o Zé das Cabôca,
Anda cantano esses verso,
Qui hoje, lá no Sertão,
Avôa, de boca em boca:
(cantado)
Eu prantei a minha roça,
O tatu tudo cumeu!
Prante roça, quem quisé,
Qui o tatu, hoje, sou eu!
Vassuncê sabe onde tá o buraco
Adonde véve o tatu esfomeado?
Han?... Tá nos paláço da Côrte,
Dessa porção de ricaço,
Qui fêiz aquele palaço,
Cum sangre do disgraçado!
Vancês tem rio de açude,
Tem os dotô da Ingêna,
Qui é pra cuidá da saúde...
E nóis?... O qui tem? Arresponda!
No tempo das inleição,
Qui é o tempo da bandaiêra,
Nós só tem uma cangaia,
Qui é pra levá todas porquêra,
Dos Dotô Puliticáia!...
Sinhô Dotô Conseiêro,
De lêzes, eu nun sei nada!
Meu derêito é minha inxada,
Meu palaço é de sapé!
Quem dá lêzes pra famía
É a minha boa muié!
Vancê qué ser persidente?
Apois, seja!
Apois seja, Meu Patrão!
A nossa terra, o Brasí,
Já tem muita inteligênça,
Muito home de sabença,
Qui só dá pra... ó, ispertaião!
Leva o Diabo, a falação!
Pra sarvá o mundo intêro,
Abasta tê... coração!
Prus home di intiligênça,
Trago comigo essa figa:
Esses home tem cabeça.
Mais, porém, o qui é mais grande
Do que a cabeça... é a barriga!
Seu Conseiêro... um consêio:
Dêxe toda a birbotéca dos livro!
E, se um dia, vancê quisé
Passá ums dia de fome,
De fome e, tarvêiz de sêde,
E drumi lá, numa rêde,
Numa casa de sapê,
Vá passá comigo uns tempo,
Nos mato do meu sertão,
Que eu hei de lhe abri a porta
Da choça... e do coração!
Eu vorto pros matagá...
Mais, porém, oiça premêro:
Vancê pode nos xingá,
Chamá nóis de madraçêro.
Purquê nóis, Seu Conseiêro,
Nun qué sê mais bestaião!
Não!.. Inquanto os home di riba
Dexá nóis tudo mazombo,
E só cuidá dos istombo,
E só tratá di inleição...
Seu Conseiêro hái de vê,
Pitano seu cachimbão,
O Jeca-Tatu se rindo,
Si rindo... cuspindo
Sempre cuspindo,
Co quêxo inriba da mão!
Eu sei que sô um animá,
Eu nem sei mêmo o que eu sô.
Mais, porém, eu lhe agaranto
Qui o qui vancê já falô,
E o qui ainda tem de falá,
O qui ainda tem de inscrevê,
Todo, todo o seu sabê,
E toda a sua saranha...
Não vale uma palavrinha,
Daquelas coisa bunita,
Qui Jesuis, numa tardinha,
Disse, inriba da montanha!...
(poema de Catulo da Paixão Cearense)
______________
* imagem copiada de  mundo das tribos

quinta-feira, 22 de março de 2012

DIA MUNDIAL DA POESIA ACOLHEU TONINO GUERRA


com a devida vénia de aqui
Tonino Guerra
16.Março.1920 – Dia Mundial da Poesia’ 2012

"Debaixo do chão
 da igreja matriz do Rosário
 encontraram uns mortos 
que estavam sentados.(1) 



"O roteirista italiano Tonino Guerra, que divide com o diretor Federico Fellini a autoria de Amarcord (1973), morreu nesta quarta-feira, aos 92 anos, em sua cidade natal, Santarcangelo di Romagna, de acordo com uma nota divulgada pela prefeitura.
Ele recebeu três indicações ao Oscar, por Amarcord, que levou o troféu de melhor filme estrangeiro, Casanova 70 (1965), de Mario Monicelli, e Blow-Up - Depois daquele beijo, de Michelangelo Antonioni, com quem Guerra desenvolveu uma longa parceria. Dentre os filmes que fizeram juntos, estão os da trilogia da incomunicabilidade, A aventura (1960), A noite (1961) e O eclipse (1962)."
...

quarta-feira, 21 de março de 2012

Primavera. Ecos (Alma Popular)


E o cronista do jornal de Oliveira do Bairro rematava:
«Mas, infelizmente, muitas vezes, o tempo e os homens persistem em descurar os seus deveres. .»
 ...
Por estes lados propícios a longínquas visitas de estado, a primavera abriu com frio e geadas. De chuva, ficou-se pelos ameaços.
A seca continua voraz a fazer das suas abrindo pistas do novo deserto. Em compensação  a ténia dos aumentos dos combustíveis continua a viver à grande.

 *

Hoje.


Dia Mundial da Árvore, da Trissomia 21, da poesia,  da Floresta.

Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

  

Efeméride:
1915 - Na reunião anual da sociedade protectora dos aborígenes, de Londres (Inglaterra), aprova-se uma moção de protesto contra o tráfico de escravos na África Ocidental portuguesa e se reclama a pronta intervenção do governo britânico, aqui

quinta-feira, 15 de março de 2012

ANGOLA, 15 de Março 1961 UPA ATACA O NORTE DE ANGOLA


A União das Populações de Angola (Upa) desencadeia os primeiros ataques às fazendas e vilas coloniais do Norte de Angola. 




A manutenção do regime colonial do governo de Lisboa estava a ser diplomaticamente atacada nos areópagos internacionais. Por exemplo, a 10 de Março’1961 a questão de Angola é inscrita na Ordem do Dia do Conselho de Segurança.

A 15, a UPA inicia no Norte de Angola uma rebelião contra colonos portugueses e algumas populações locais, causando centenas de vítimas.
Moção do Conselho de Segurança da ONU a condenar a situação em Angola é votada pelos Estados Unidos e União Soviética, o que acontece pela primeira vez.
O primeiro comunicado oficial sobre os acontecimentos do Norte de Angola surge apenas no dia 17.


No entanto, outros massacres houve antes, como recorda Diana Andringa, 
Os massacres levados a cabo pela UPA, a 15 de Março de 1961, sobre colonos portugueses e angolanos que com estes trabalhavam, levam muitas vezes a esquecer outros massacres – os que em Luanda se seguiram ao ataque às prisões de 4 de Fevereiro[…]. Caminhos da memória,  Angola - 4 de Fevereiro de 1961 aqui
Hoje dia de evocação