domingo, 21 de outubro de 2012

sábado, 20 de outubro de 2012

Manuel António Pina, "Distraído percorro o caminho familiar da saudade"



Manuel António Pina 
18 Novembro 1943 – 19 Outubro 2012
Sabugal – Porto

fonte da imagem: Editora Assírio & Alvim



Há menos um retratista dos "yes man" ou dos "master voice". 
Fica a sua poesia do sonho


 Pensar de pernas para o ar 
fonte:Um buraco na sombra

Pensar de pernas para o ar
é uma grande maneira de pensar
com toda a gente a pensar como toda a gente
ninguém pensava nada diferente Que bom é pensar em outras coisas
e olhar para as coisas noutra posição
as coisas sérias que cómicas que são
com o céu para baixo e para cima o ch
ão

de O Inventão, Afrontamento, 1987
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"Distraído percorro o caminho familiar da saudade", Amor como em Casa  citadoraqui

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Petição: "Pelo jornalismo, pela democracia" - Para todos os cidadãos

PETIÇÃO PARA TODOS 

Pelo jornalismo, pela democracia 

Lista dos signatários da petição

A crise que abala a maioria dos órgãos de informação em Portugal pode parecer aos mais desprevenidos uma mera questão laboral ou mesmo empresarial. Trata-se, contudo, de um problema mais largo e mais profundo, e que, ao afectar um sector estratégico, se reflecte de forma negativa e preocupante na organização da sociedade democrática.
O jornalismo não se resume à produção de notícias e muito menos à reprodução de informações que chegam à redacção. Assenta na verificação e na validação da informação, na atribuição de relevância às fontes e acontecimentos, na fiscalização dos diferentes poderes e na oferta de uma pluralidade de olhares e de pontos de vista que dêem aos cidadãos um conhecimento informado do que é do interesse público, estimulem o debate e o confronto de ideias e permitam a multiplicidade de escolhas que caracteriza as democracias. O exercício destas funções centrais exige competências, recursos, tempo e condições de independência e de autonomia dos jornalistas. E não se pode fazer sem jornalistas ou com redacções reduzidas à sua ínfima expressão.
As lutas a que assistimos num sector afectado por despedimentos colectivos, cortes nos orçamentos de funcionamento e precarização profissional extravasa, pois, fronteiras corporativas.
Sendo global, a crise do sector exige um empenhamento de todos - empresários, profissionais, Estado, cidadãos - na descoberta de soluções.
A redução de efectivos, a precariedade profissional e o desinvestimento nas redacções podem parecer uma solução no curto prazo, mas não vão garantir a sobrevivência das empresas jornalísticas. Conduzem, pelo contrário, a uma perda de rigor, de qualidade e de fiabilidade, que terá como consequência, numa espiral recessiva de cidadania, a desinformação da sociedade, a falta de exigência cívica e um enfraquecimento da democracia.
Porque existe uma componente de serviço público em todo o exercício do jornalismo, privado ou público;
Porque este último, por maioria de razão, não pode ser transformado, como faz a proposta do Governo para o OE de 2013, numa “repartição de activos em função da especialização de diversas áreas de negócios” por parte do “accionista Estado”;
Porque o jornalismo não é apenas mais um serviço entre os muitos que o mercado nos oferece;
Porque o jornalismo é um serviço que está no coração da democracia;
Porque a crise dos média e as medidas erradas e perigosas com que vem sendo combatida ocorrem num tempo de aguda crise nacional, que torna mais imperiosa ainda a função da imprensa;
Porque o jornalismo é um património colectivo;
Os subscritores entendem que a luta das redacções e dos jornalistas, hoje, é uma luta de todos nós, cidadãos.
Por isso nela nos envolvemos.
Por isso manifestamos a nossa solidariedade activa com todos os que, na imprensa escrita e online, na rádio e na televisão, lutando pelo direito à dignidade profissional contra a degradação das condições de trabalho, lutam por um jornalismo independente, plural, exigente e de qualidade, esteio de uma sociedade livre e democrática.
Por isso desafiamos todos os cidadãos a empenhar-se nesta defesa de uma imprensa livre e de qualidade e a colocar os seus esforços e a sua imaginação ao serviço da sua sustentabilidade. 


Proponentes 

Adelino Gomes - Jornalista 
Agostinho Leite - Lusa 
Alexandre Manuel - Jornalista e Professor Universitário 
Alfredo Maia - JN (Presidente do Sindicato de Jornalistas) 
Ana Cáceres Monteiro - Media Capital 
Ana Goulart - Seara Nova 
Ana Romeu - RTP 
Ana Sofia Fonseca - Expresso 
Anabela Fino - Avante 
António Granado - RTP; Professor Universitário 
António Navarro - Lusa 
António Louçã - RTP 
Avelino Rodrigues - Jornalista 
Camilo Azevedo - RTP 
Carla Baptista - Jornalista e Professora Universitária 
Catarina Almeida Pereira - Jornal de Negócios 
Cecília Malheiro - Lusa 
Cesário Borga - Jornalista 
Cristina Margato - Expresso 
Cristina Martins - Expresso 
Daniel Ricardo - Visão 
Diana Andringa - Jornalista 
Diana Ramos - Correio da Manhã 
Elisabete Miranda - Jornal de Negócios 
Fernando Correia - Jornalista e Professor Universitário 
Filipa Subtil - Professora Universitária 
Filipe Silveira - SIC 
Filomena Lança - Jornal de Negócios 
Francisco Bélard - Jornalista 
Frederico Pinheiro - Sol 
Hermínia Saraiva - Diário Económico 
João Carvalho Pina - Kameraphoto 
João d’Espiney - Público 
João Paulo Vieira - Visão 
Joaquim Fidalgo - Jornalista e Professor Universitário 
Joaquim Furtado - Jornalista 
Jorge Araújo - Expresso 
Jorge Wemans - Jornalista 
José Luís Garcia - Docente e Investigador (ICS-UL) 
José Luiz Fernandes - Casa da Imprensa 
J.-M. Nobre-Correia - Professor Universitário 
José M. Paquete de Oliveira - Docente, cronista, ex-provedor do telespectador (RTP) 
José Manuel Rosendo - RDP 
José Mário Silva - Jornalista freelancer 
José Milhazes - SIC / Lusa (Moscovo) 
José Rebelo - Professor Universitário e ex-jornalista 
José Vitor Malheiros - Cronista, consultor 
Leonete Botelho - Público 
Liliana Pacheco - Jornalista (investigadora) 
Luciana Liederfard - Expresso 
Luis Andrade Sá - Lusa (Delegação de Moçambique) 
Luis Reis Ribeiro - I 
Luísa Meireles - Expresso 
Manuel Esteves - Jornal de Negócios 
Manuel Menezes - RTP 
Manuel Pinto - Professor Universitário 
Margarida Metelo - RTP 
Margarida Pinto - Lusa 
Maria de Deus Rodrigues - Lusa 
Maria Flor Pedroso - RDP 
Maria José Oliveira - Jornalista 
Maria Júlia Fernandes - RTP 
Mário Nicolau - Revista C 
Martins Morim - A Bola 
Miguel Marujo- DN 
Miguel Sousa Pinto - Lusa 
Mónica Santos - O Jogo 
Nuno Aguiar - Jornal de Negócios 
Nuno Martins - Lusa 
Nuno Pêgas - Lusa 
Oscar Mascarenhas - Jornalista 
Patrícia Fonseca - Visão 
Paulo Pena - Visão 
Pedro Caldeira Rodrigues - Lusa 
Pedro Manuel Coutinho Diniz de Sousa - Professor Universitário 
Pedro Pinheiro - TSF 
Pedro Rosa Mendes - Jornalista e escritor 
Pedro Sousa Pereira - Lusa 
Raquel Martins - Público 
Ricardo Alexandre - Antena 1 
Rosária Rato - Lusa 
Rui Cardoso Martins - Jornalista e escritor 
Rui Nunes - Lusa 
Rui Peres Jorge - Jornal de Negócios 
Rui Zink - Escritor e Professor Universitário 
Sandra Monteiro - Le Monde diplomatique (edição portuguesa) 
Sara Meireles - Docente Universitária e Investigadora (ESEC-Coimbra) 
Sofia Branco - Lusa 
Susana Venceslau - Lusa 
Tiago Dias - Lusa 
Tiago Petinga - Lusa 
Tomás Quental - Lusa 
Vitor Costa - Lusa

Os signatários

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sputnik I. O grande ignoro. «Inexequível» Gaspar?


“Que a medida é extremamente inteligente, acho que é. Que os empresários que se apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas”,  excerto da intervenção de António Borges citada por   Carlos Santos Neves, RTP,  para  António Borges considera ignorantesempresários que rejeitaram alteração da TSU”.


Desde o tempo em que o Sputnik I (4 Outubro 1957) entrou na concorrência com a Lua  nas viagens à volta da Terra  não tinha surgido uma rotulagem tão assertiva de «ignorantes» a (in)certos empresários que rejeitam a tal Taxa Social Única (que iria tirar mais umas moedas ao Trabalho para dar ao Capital).

Desde que as ciências se libertaram da camisa de forças dos dogmas e extinguiram os fogos da inquisição, a experiência veio dizer que a validade das teorias tinham duração efémera. A dúvida metódica veio abrir caminho a novas hipóteses.

António Borges. Veio acordar e dar um safanão. Para retirar a maioria dos Portugueses da crise passa por aquela medida. A TSU é a única via.

 O que significa que António Borges não admite outra (s) hipótes(es) de solução para a crise.

A ciência para combater a crise  parou aqui.

 Com o sábio António Borges.

 O Sputnik veio mostrar uma fragilidade do estado da ciência espacial em certo professor do Instituto Superior Técnico de então.

Andava o satélite da URSS a emitir os seus bip … bip e, num desses entretantos, a antiga Emissora Nacional, através do programa “Rádio Moscovo não fala verdade”, um professor do Técnico demonstrava cientificamente que era impossível vencer a força da gravidade para colocar o Sputnik  em órbita. 

Não há analogia entre os dois casos, ou talvez, mas parece que o Prof. do Técnico não estava investido de autoridade para usar o termo «ignorante».  
...
Com o anúncio do aumento brutal robusto colossal de impostos, Vítor Gaspar que usou uma palavrinha mais suave, está sujeito a transformar-se no «Inexequível*» Gaspar. 
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* termo usado à boleia de Raúl Brandão.