Salazar, em circular do seu ministério [das Finanças] e em entrevista concedida ao Novidades (30 de Junho1928), fazia um apelo «para tornar menos angustiosa a situação do Tesouro Público»:
«Eu ousava pedir, aos que pudessem, um pouco mais de generosidade em favor do Estado: o pagamento das contribuições de uma só vez, isto é, que paguem logo as duas prestações».
Feito o pedido, o ministro das Finanças recomendava aos tesoureiros das repartições das Finanças que facilitassem a vida aos contribuintes, no pagamento das suas obrigações.
De imediato a Igreja Católica mobilizou-se e pregou o pagamento das contribuições, na forma como Oliveira Salazar havia solicitado.
Por ex., o bispo de Coimbra, D. Manuel Luís Coelho da Silva, conhecido pelo interdito da Banda do Troviscal, recomenda os seus párocos a responder ao apelo (30 de Junho de 1928):
«Porque não haverão os Rev. Párocos de cooperar com o Ministro, nesta obra patriótica de salvação de Portugal?
…
Caríssimos Párocos, meus cooperadores: rogo-vos que à estação da missa de domingo (8 de Julho) deis conhecimento aos Vossos Paroquianos do pedido, que também é meu, do Ex.mo Ministro das Finanças.
Podeis fazê-lo, ou lendo esta circular, ou por qualquer outra forma que julgueis melhor»
(…).
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Excerto retirado e adapt. de Arnaldo Madureira, Salazar e a Igreja: 1928 – 1932, Livros Horizonte, Lisboa, 2008
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