(…)
“- Tio Rabino, a minha mãe pede para lhe fiar uma quarta de
açúcar, que o meu pai está sem trabalho. Depois ele vem cá pagar.
- Toma lá o açúcar e diz à tua mãe que o rol que cá tem já dá para
a féria de três ou quatro semanas – concluía, com bondade na voz, enquanto dava
à garota um rebuçado de papel colorido, tirado de uma velha lata debaixo do
balcão.
As muitas pequenas dívidas dos fregueses ainda faziam uma bela
maquia. Mas isso não o incomodava muito. Deus haveria de recompensá-lo. Sempre se
governara com este negócio, a ele e à família, apesar das dívidas dos mais
pobres dos seus clientes.”
… ...
(1) A.M.
Galopim de Carvalho, O Preço da Borrega, Editorial Notícias, 1995
Sem comentários:
Enviar um comentário