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30 Março’1922 – Sacadura Cabral e Gago Coutinho iniciam em Belém a 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul com destino ao Brasil, pela ocasião das comemorações do Centenário da Independência do Brasil. Os novos heróis chegaram ao Rio de Janeiro a 17 de Junho. E a glorificações sucederam-se.
Gago Coutinho utilizou o seu sextante adaptado à navegação aérea, aparelho que foi adotado na aviação.
O foram glorificados de lés a lés de Portugal.
O feito mereceu um destaque especial no «Alma Popular», convertido em apelo à união da família republicana de então:
“Glória a Portugal!
Ei-los, finalmente vitoriosos! Gago Coutinho e Sacadura Cabral, os distintos oficiais da Marinha de Guerra Portuguesa, «por ares nunca dantes navegados», completaram a sua arrojada, scientifica e patriótica. A travessia do Atlântico é a maior distância que, até hoje, nas frágeis asas dum hidro-avião, se tem percorrido sobre o Oceano, atravessando o Atlântico, o que constitui, em aeronáutica, um incontestável e brilhante triunfo, aliado á gloriosa descoberta do caminho que, pelo ar, conduz ao Brazil. Neste momento, a República irmã cobre de aclamações e flores os dois sábios e heróis. O mundo culto rende-lhes homenagem, contempla e admira a Coragem lusitana. Em cada peito português, o coração vibra de entusiasmo inexcedivel pelo feito glorioso dos ilustres descobridores. Na frase do Poeta, há mais um dia em flor, cantando e resando na grande história de Portugal. Glória de Heróis! Como portugueses, orgulhamo-nos com esse acto de epopêa; como republicanos e patriotas, rejubilamos com o brilhante empreendimento dos dois ilustres servidores do regímen que, junto ao sol, quiseram desfraldar a bandeira verde-rubra para que todo o mundo bem visse o símbolo da Republica Portuguesa.
Sacadura Cabral e Gago Coutinho, ao agradecerem as saudações do venerando Chefe de estado, formularam os seus votos para que terminassem as dissensões politicas e todos se unissem em volta do sr. Presidente da República [António José de Almeida], a fim de se erguer o país no conceito mundial. Assim seja! Assim seja!
Deste ridente cantinho da Bairrada, ora engrinaldado com os tenros pâmpanos dos seus extensos vinhedos, a ALMA POPULAR, associando-se ás manifestações de homenagem aos dois eminentes portugueses, saúda-vos efusiva e enternecidamente.
Vivam os intrépidos aviadores! Viva Portugal! Viva a República!”
Alma Popular (Oliveira do Bairro), nº 96, 17 junho, 1922 p.1
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