Martinho Lutero, (10.11.1483 – 18.02.1546) liderou o movimento da Reforma da Igreja na Alemanha.
A seguir está reproduzido um excerto da História do antigo 4º ano de Liceu sobre a Reforma na Alemanha …
"2) Reforma na Alemanha, na França e na Inglaterra
A Alemanha apresentava, no séc. XVI, situação muito grave: - O clero havia quase esquecido a sua missão espiritual. Os príncipes, envolvidos em contendas, sentiam-se pobres e pensavam em recompor a fortuna, deitando a mão aos bens da Igreja. Os cavaleiros e os pequenos senhores feudais viviam da rapina e do assalto. Nas cidades pontificava uma burguesia enriquecida, que escravizava os humildes. Os camponeses, sujeitos a vexames e violências, procuravam agrupar-se, para poderem rebelar-se contra os seus dominadores.
A Igreja, conhecedora destes males, pouco fizera para fortificar a fé religiosa dos Alemães que, dotados de temperamento frio e positivo, não se conformavam com as pompas externas do culto romano, aplaudiam as críticas dos humanistas, que comentavam livremente a Bíblia, atacavam a Teologia, ridicularizavam a Escolástica medieval, exigiam a reforma das ideias e dos costumes.
Uma questão, na aparência insignificante, precipitou os acontecimentos: – Martinho Lutero (Fig. …), monge agostinho e professor universitário, que havia visitado Roma e voltara magoado com o lixo da corte pontifícia, deu o seu acordo às doutrinas de João Huss, recomendou a leitura da Bíblia, criticou a autoridade papal.
No entanto, o papa Leão X mandava pregar na Alemanha indulgências, para, com o produto das esmolas, acabar a construção da basílica de S. Pedro, em Roma. Lutero, tendo sabido que a maneira como era feita a propaganda dava a impressão da venda das indulgências, revoltou-se contra a pregação e começou a combater a doutrina da Igreja sobre o assunto, nestes termos:
“Pregam-se invenções humanas os que pretendem que logo que o dinheiro soa na sua caixa, a alma sai do Purgatório […].” [transcreve-se parte da citação]
(in Martin Luther – Oeuvres, vol. I, Genève. 1957, págs. 230 – 231.)"
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in António Mattoso, Compêndio de História Universal, 4º ano, (livro único), Depositária Livraria Sá da Costa, 1960. Pg.s 253/4
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